dai-me flores
quaisquer flores
à solidão de se viver entre obras amenas
por cima das quais o pulso continua,
sobrevive à fraca sutura
de gestos gastos
sejam essas as flores que me deis
à altura que me separa
de desenhos que não desejo mais fazer
às bocas preteridas,
em nome de quem me retiro destas cadeiras para
sempre
mas então,
que hei de viver,
se a terra fresca
e o corpo vermelho
jazem atrás de dias gastos?
dai-me flores,
logo que sejam amplas
com que fazer o tamanho do viver
What’s in the brain that ink may character
Which hath not figured to thee my true spirit?
What’s new to speak, what new to register,
That may express my love or thy dear merit?
Nothing, sweet boy; but yet, like prayers divine,
I must each day say o’er the very same,
Counting no old thing old, thou mine, I thine,
Even as when first I hallow’d thy fair name.
[...]
Which hath not figured to thee my true spirit?
What’s new to speak, what new to register,
That may express my love or thy dear merit?
Nothing, sweet boy; but yet, like prayers divine,
I must each day say o’er the very same,
Counting no old thing old, thou mine, I thine,
Even as when first I hallow’d thy fair name.
[...]
Shakespeare
... le pur bonheur de passer de la nuit de la possibilité au jour de la présence.
Blanchot - La part du feu
Quaisquer flores, logo que sejam muitas...
Blanchot - La part du feu
Quaisquer flores, logo que sejam muitas...
Não, nem sequer muitas flores,
falai-me apenas
Em me dardes muitas flores,
Nem isso... Escutai-me apenas
pacientemente quando vos peço
Que me deis flores...
Sejam essas as flores que me deis...
F. Pessoa